domingo, 11 de julho de 2010

Figueiró dos vinhos



É um concelho sem muito a destacar, sendo que o seu ponto forte – e quase único – são os apontamentos de natureza. Encontramo-nos na fronteira sul da região serrana da Lousã, fértil em aldeias de xisto e praias fluviais com piscinas construídas nos fluxos de rios. A primeira é um espaço bonito, convidativo a uns banhos de sol, mas com o inconveniente de estar mesmo junto a um cruzamento. Cerca de cinco quilómetros a leste, encontramos outros dos pontos de interesse de concelho. Primeiro, um miradouro que permite ver as Fragas de São Simão, uma garganta por onde passa um curso de água, e, ainda, o Casal de São Simão, a única aldeia de xisto do concelho.


As fragas são um espaço aprazível, refrescante e belo por onde passa um riacho e onde se pode fazer banho e desfrutar do contacto relaxante com a natureza. O Casal é uma pequena aldeia meritória pelo esforço que fez pela manutenção da sua traça original em xisto. É das Aldeias de Xisto que conhecemos uma das mais bem conservadas. Recentemente, foi aí inaugurada uma loja da rede de Aldeias de Xisto e um restaurante com pratos típicos da região, chamado Varanda do Casal. Pelo que vimos, será um dos poucos a apresentar pratos tradicionais. Como não os experimentámos, não podemos indicar se a cozinha do restaurante se recomenda.




A sul, há ainda a foz de Alge, que é uma ribeira que desagua no Zêzere. No ponto onde os dois cursos de água se entrelaçam podemos desfrutar da frescura do espaço, e depois atravessar a ribeira e, após deixar o parque da campismo para trás, apreciar o Zêzere em todo o seu esplendor seguindo pela estrada alcatroada que o acompanha durante alguns quilómetros.



Na sede do concelho, destaca-se o pão-de-ló típico, a torre Comarcã ou da Cadeia (uma torre no centro da vila que actualmente é um miradouro) e o “casulo” de José Malhoa, um atelier onde o grande pintor português viveu e trabalhou, agora alvo de obras de recuperação.

domingo, 27 de junho de 2010

Nos próximos textos vamos viajar pelo nosso belo país. Como se tratam de locais que, em princípio, todas as pessoas conhecem ou pelo menos já ouviram falar, destacaremos as pequenas coisas que nos cativaram. E são precisamente essas que, apesar de estarem mesmo ao nosso lado, por vezes, passam despercebidas. Para além disso contaremos estórias que nos tenham chamado a atenção e realçaremos os sabores locais degustados. Vamo-nos focar na zona centro, mais exactamente nos concelhos de Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande e Penela.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Pontos altos


Quando optámos pela República Dominicana, estávamos à procura de praias de águas quentes e descanso. Certamente encontrámos o que procurávamos e descobrimos que Samaná e, pelo que nos pareceu, o resto do país, é um destino excelente para turismo de natureza. Desde os corais repletos de peixes deslumbrantes de cor até aos verdes e azuis imensos de florestas e mares, passando pelos areais, cascatas e rios, tudo nos surpreende a cada passada. Se procurar outro género de turismo que não o referido, não encontrará o suficiente para justificar uma deslocação à região. No entanto, ficámos vivamente impressionados com a natureza ainda em estado selvagem que ali encontrámos e da qual fazemos alguns destaques.

A praia



Em Samaná, as praias são de areia branca e apelam definitivamente ao dolce fare niente. O areal é vasto, o calor não se faz rogado e a temperatura da água do mar é mesmo quentinha, principalmente para quem vem habituado às águas mais frias de Portugal continental… No entanto é de notar que de Junho a Outubro é a temporada dos furacões em toda a região do golfo do México e Caraíbas, pelo que convém ter isso em conta caso se pretenda fazer uma visita. Os meses mais susceptíveis são Julho e Agosto, logo devem ser evitados, apesar de ser nessa altura que a água é mais quente…



Parque Natural dos Haitises



Este parque é uma vasta área natural protegida, com difíceis acessos por estrada e de acesso restrito. Mas num passeio de barco organizado por alguém autorizado podemos observar um pouco da extensão desta mancha verde de cortar a respiração, cenário idílico de muitos filmes e séries televisivas como por exemplo a película Os Piratas das Caraíbas ou a série Lost. Destacam-se as grutas, onde ainda se podem observar as pinturas feitas pelos indígenas, com cenas quotidianas. A paisagem vale definitivamente a pena, desde a fauna e à flora que se podem observar do barco, passando pelas rochas marcadas pela erosão e pelos mangais de raízes na água. E depois, há sempre a hipótese de o barco ancorar numa das praias do parque e aproveitar para um banho – mais refrescante se for numa zona em que desagúem os rios interiores que atravessam o parque!





Cascada del Limón



Perto da localidade de El Limón, na estrada que liga Samaná a Las Terrenas, destaca-se a Cascada del Limón, uma impressionante queda de água com 40 metros de altura em plena serra de Samaná. Os acessos não são fáceis, pelo que os turistas são levados até perto da cascata em cavalos, cada um acompanhado por um guia local. Podemos também optar por ir a pé, mas o percurso não é muito fácil… Dado o estado lamacento do solo, pelo menos na época das chuvas, à entrada são dadas galochas a todos os visitantes. É por isso conveniente levar umas meias para maior conforto e segurança… Ao chegar à localização da cascata podemos observá-la do topo e iniciar a descida até à base onde nos podemos deslumbrar com a sua beleza ou mergulhar nas águas (mais frescas que o mar) da lagoa resultante.



Cayo Levantado



Sempre à vista de quem chega à baía de Samaná, está uma ilha paradisíaca: Cayo Levantado, também conhecida por Isla Bacardi, dado ter sido aí filmado o anúncio à marca de rum. Podemos visitar a ilha e a sua praia pública desde Santa Barbara de Samaná (a capital da província de Samaná, que tem aproximadamente 50 000 habitantes), pois existem lanchas que fazem a ligação regular entre os dois pontos. Parte da ilha tem acesso restrito, sendo apenas permitida a entrada a quem se hospede no hotel Bahia Príncipe Cayo Levantado. Apesar de tudo, a viagem vale a pena: desfruta-se da paisagem e, se não houver névoa, poderá até vislumbrar o verde do parque dos Haitises que se situa no outro extremo da extensa baía de Samaná. Depois, há que usufruir da praia pública, digna de um verdadeiro cartão postal: areia branca e água azul-turquesa transparente, bordejada por palmeiras…



Snorkeling



Mesmo junto à linha de costa, tanto nas praias como nas ilhas que se encontram ao longo da península, há zonas de corais pejadas de vida. Assim, uma das coisas mais interessantes que se podem fazer é snorkeling. Com auxílio de óculos de mergulho e um tubo de respiração a que habitualmente se chama snorkel, podemos mergulhar junto aos corais e maravilharmo-nos com a paleta de cores vivas que a miríade de peixes que nadam à nossa volta expõem. Encontraremos também, por exemplo, estrelas-do-mar, ouriços-do-mar ou moreias. No entanto não é aconselhável aproximarmo-nos de algumas espécies (como as moreias), pois apesar de belos são muito perigosos.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Em Samaná – o povo


Já falámos um pouco sobre os habitantes locais na entrada anterior, mas vamos dar-lhes um pouco mais de destaque. Como referimos, o nível de vida da maior parte da população é baixo. No entanto, aparentam ser saudáveis e bem nutridos. Parte da explicação advém do facto de o solo do país ser muito fértil e com relativa facilidade se obter alimento. Depois, um dos guias locais facultou-nos mais alguns dados: todas as famílias têm uma parcela de terreno e alguns animais. O terreno é usado não só para se construir uma pequena casa, como também para produzir alimentos para a família e para a criação, como galinhas, vacas, etc. Assim, uma família de Samaná consegue ter alimentação, guarida e segurança mínima. E mais: segundo o que nos foi dito, as famílias têm sempre um «seguro» nos animais que criam. Caso surja alguma necessidade urgente, vendem um ou mais bichos para suprir as despesas. Trata-se de ter o banco no quintal... Todos estes pormenores explicam porque os locais são tão despreocupados e gostam tanto de dança e de festa. Para além disso, conhecemos algumas facetas que parecem ser comuns à maioria da população, designadamente o facto de serem extremamente simpáticos, efusivos e comunicativos. E se lhes dermos alguma atenção temos a grata oportunidade de aprender muito sobre a comunidade onde se inserem.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Em Samaná – o Ambiente


Ao chegarmos, duas coisas foram logo notadas: a condução local e a questão da segurança. Relativamente à forma de conduzir local, esta é baseada em apitadelas e usa a estrada em toda a sua largura. Mais tarde soubemos que a regra da prioridade é definida pelo tamanho do veículo e que os condutores ignoram a sua mão porque as estradas estão em tão mau estado que se tem de escolher a área de asfalto em melhores condições para se poder prosseguir.
A questão da segurança nota-se logo à chegada e em pequenos pormenores como, por exemplo, no facto de toda a casa que revele um pouco mais de meios económicos ter logo grades nas janelas e varandas. E se se tratar de uma casa realmente vistosa (para os padrões locais) tem logo muros altos e arame farpado em volta. Mais tarde, viríamos a notar outros pontos que reforçaram a ideia de que a segurança é algo que se deve ter em conta. Encontrámos seguranças nos limites dos hotéis armados de caçadeiras, vimos barreiras policiais fortemente armadas na estrada e, no último dia, até nos deparámos com um corte de estrada constituído por barricadas de árvores e pneus a arder. Estranhamente, as pessoas parecem ser pacíficas e muitas simpáticas, pelo que nos parece que estas situações derivam da instabilidade social provocada pelo facto de a maioria da população ser muito pobre.

sábado, 12 de junho de 2010

Província de Samaná, República Dominicana - Antes da partida


Para primeiro relato, escolhemos a província de Samaná na República Dominicana. A ideia será deixar várias entradas referentes às diferentes vertentes do país e da nossa estada. Como em todas as nossas viagens, fizemos uma investigação prévia para obter o máximo de informação útil que posteriormente nos auxiliasse e propiciasse uma experiência gratificante. Assim, descobrimos que a moeda local é o peso dominicano, sendo que a melhor moeda a levar seria dólares, ainda que o euro seja aceite, mas perdendo no câmbio local. A corrente eléctrica local é de 110 volts, com tomadas americanas – prevendo isso, convém levar adaptador, ainda que em alguns hotéis as tomadas já tenham adaptadores; em relação à voltagem, grande parte dos carregadores suporta a corrente mais fraca, mas convém confirmar antes nas características dos aparelhos para evitar surpresas desagradáveis mais tarde. No que toca a questões sanitárias, não é necessária qualquer vacinação prévia, não se deve beber água sem ser engarrafada nem ingerir fruta com casca. Outros conselhos úteis:
a) ter muita atenção ao sol e levar protectores solares de índices elevados – dada a localização geográfica, os raios UV são muito intensos e o risco de queimaduras solares é real, mesmo se o tempo estiver nublado.
b) como os cuidados de saúde no país não são generalizados, e os disponíveis são extremamente dispendiosos, convém levar uma pequena farmácia com os medicamentos que normalmente usa e ainda repelente de insectos, creme para eventuais picadas de insectos e alívio de queimaduras solares e reguladores intestinais.
Face à informação recolhida e à oferta das agências de viagens, optámos por um pacote pré-formatado, com todos os defeitos e vantagens que tal acarreta.